01/03/2022

NÃO SEPULTE TEUS CIÚMES NO LEITO DAS MINHAS LÁGRIMAS

Não venhas para aqui verter tuas fingidas lágrimas,
Prefiro ter-te ausente e bem longe da minha dor
Pois, na tua crestada face, não vejo pingos de amor
Nem do teu semblante enrugado, avisto lástima.

Deixa-me naufragar nas minhas lágrimas feitas tinta,
Que na borda do branco papel, serpenteiam tristes
Até ao estuário das minhas lamentações crepitantes,
Deixe-as correrem livres e não esperes que to permita.

Não sepulte teus ciúmes no leito da minha lástima,
Abra a campa da tua vergonha, e enterre tua maldade
Prenhe de ferruncho, que infesta o brilho do meu viver.

Não embacie a brancura do papel onde posto meu saber,
Deixe-o luzir minhas lágrimas de tinta, e dar felicidade
A quem visite esta página, que rima pela fraternidade.

Tiago Ngana Chimbassi
Lobito - 2016/17/01



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O SILÊNCIO DA MINHA MENTE REFLETIVA