18/07/2022

IDENTIDADE


A noite vem e abrange como um mar e oculta os caminhos usuais,
Nessas noites, na agrura de luzes, muito se oculta mesmo a razão.

Então me surge essa vontade indisfarçável de outra vez escrever
Reunir e adjudicar vida às palavras que circundam soltas pelo ar.

Tomar da pena nos dedos para vestir emoções na nudez do papel
No qual me assento, como quem tatua na pele de forma indelével.

Estes versos sem rima cujas razões vêm desafiar as horas de sono
À sorte caberá narrar se os versos serão chorados ou serão nada.

Não são óbvias as razões, que o destino o sabe, por que te escolhi
Recuso-me a acreditar que toda a identidade seja só coincidência.

Foram histórias inacabadas em outras vidas a mover o inverossímil
Sei que temos discórdias, mas isso não tem feitio de fazer sentido.

Mas quando nos queremos, sim o faz e a madrugada fica pequena
Nas ruas vazias, nossos sonhos peregrinam, cavalgando unicórnios.

Portanto saibamos que breve o amanhã estará aí com um novo dia
Chegarão também, as esperanças que só nos cabem dias melhores.

Sem dores, abandonos e corações partidos ou versos descartados
É chegada a hora de carícias que virão a alimentar nosso coração

Na certeza que quando juntos, somos muito mais que quando sós
Tal qual as milhões de estrelas cintilam no firmamento azul escuro.

Toda busca tem fim diante do espelho, as respostas estão em nós.

Tiago Ngana Chimbassi

Foto: Ohali Yalwa

O SILÊNCIO DA MINHA MENTE REFLETIVA