Nas sobras
Do tempo que ainda me sobra,
Não farei das sobras
A sombra da minha sombra.
E do presente que ainda me sobrar,
Jamais farei o tempo parar
Na moleza dos meus pés,
Ou nos solavancos da minha fraca fé.
Nas sobras
Do tempo que ainda me sobra,
Saberei dar peso a cada passo,
Para me livrar do sofrimento que nos foi
imposto.
Atrás do tempo
Nos becos da incerteza,
Que pintaram de pobreza
Ao meu coração partido
Vou lutar até libertar a vida.