Nas penumbras do vago saber, Esconde o poeta da sombra, Com um olho posto no sol poente, Outro, nos quintais alheios. Poeta da sombra, Da sombra, fez seu posto de vigia, Ora mira pra o sul… Ora pra o leste das inverdades. Poeta da sombra, Veste-se das trevas, e se atreve Usar da palavra nua, Pra zombar do poder da palavra. Na meia-luz do seu posto de vigia, Tornou-se na dor da sua dor. Pra aliviar sua mágoa, Traz seu submundo à luz da ribalta. E como a sombra não se faz à luz, Poeta da sombra se virou instável; Ora aparece com a boca apinhada do entulho, Ora desaparece na sombra da sua própria sombra. E quando a cobiça lhe estica o torto olho, Sai da sombra pra se livrar do entulho, E voltar de imediato ao seu submundo, Deixando pra trás, a sujeira da sua louca mente. Tiago Ngana Chimbassi
Activista pelos direitos humanos, poeta, técnico em informática, programador em ascensão, estudante de comunicação, especialista em marketing, em métricas, costureiro, sapateiro, leitor assíduo e entre outras profissões.