Tem dias em que o poeta fale,
Sobe ao céu, vasculha montanhas
À procura dum feixe de ideias,
Que lhe foge pelo fio da impaciência.
Rabisca o vento no branco papel
Rascunha, machuca rascunhos,
Afasta o papel da pena
Com pena de não lacrimejar em vão.
Há horas em que o poeta chora
Pela ausência das ideias,
E com pena apenas, estanca a dor
Com lágrimas de tinta
Que escoam pelas bordas do papel.
Evolam-se ideias no silêncio da aurora
E escasseiam-se fabulosas inspirações,
Que o botam na falência momentânea,
Poeta chora momentos infelizes da vida.
Tiago Ngana Chimbassi