Casa humilde,
Casa do povo,
Casa de barro,
Amassado com alma
Pra abrigo dar.
Casa de palha,
Casa africana,
Estremece ao vento,
Pinga, pinga…
Pinga com os pingos da chuva,
Que arrefece a palha
E arrefece os homens.
Casa do nada
No meio do nada,
O nada que é tudo
Pra quem nada tem,
Senão humidade
Em sua casa humilde.
Casa que tem tudo,
Que um arranha-céus
Não tem.
Casa humilde
Casa do povo
Casa de palha,
Tem pingos que pingam
Com pingos da chuva,
Que arrefecem a alma
E calam a voz do silêncio
Nos corações.
Tiago Ngana Chimbassi
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