02/07/2019

NÃO GOSTAMOS





Fizemos porque não temos escolhas
Ninguém escolheu ser o que somos
Nascer pobres  não foi a nossa opção.

Também gostamos ter uma casa
Sonhamos conhecer a França
Desejamos ter um carro.

Também temos necessidades de ter uma computador
Ter um lar confortado
Ter pelo menos 3 refeições ao dia.

Também gostamos estar bonitos,
Gostamos aparecer cheirosos
Também amamos estar na faculdade.

Amamos tirar férias
Ir ao cinema
Ou a praia aos domingos.

Também amamos fazer compras no Shoping
Escolher aquele sapato bonito
Aquela calça que esta na moda.

Também gostamos jantar em hotéis
Fazer turismo pelo país todo
Desejamos também tudo isso.

Mas meu amigo
As condições em que nos encontramos não permitem.

Nós não gostamos dessa vida de pobre que levamos
Desejos, nunca faltaram
Só não temos possibilidades.

By: Samandjolo Namby Ye Pengwe


01/07/2019

POETA FALIDO DE IDEIAS




Tem dias em que o poeta fale,
Sobe ao céu, vasculha montanhas
À procura dum feixe de ideias,
Que lhe foge pelo fio da impaciência.

Rabisca o vento no branco papel
Rascunha, machuca rascunhos,
Afasta o papel da pena
Com pena de não lacrimejar em vão.

Há horas em que o poeta chora
Pela ausência das ideias,
E com pena apenas, estanca a dor
Com lágrimas de tinta
Que escoam pelas bordas do papel.

Evolam-se ideias no silêncio da aurora
E escasseiam-se fabulosas inspirações,
Que o botam na falência momentânea,
Poeta chora momentos infelizes da vida.

Tiago Ngana Chimbassi

25/06/2019

POBREZA AOS OLHOS DA SOCIEDADE




O pobre não convive,
Finta a vida
Vive a cada dia
A cada mês
Se a vida o permitir.

O pobre não é dono de alegria,
Vive da alegria do rico,
Das suas sobras
Que o prato já não quer.

O pobre é um fardo
Na sociedade dos apáticos,
Detestado por valer-se
Das migalhas que caem
Das fartas mesas dos fartos.

Na convivência dos ricos,
Lágrima do pobre
É o levantar do pano
No recinto do espetáculo,
Onde os risos se mesclam
Com o desprezo e letargia.

No despedir da vida,
Todos são iguais perante a morte,
Não se sepulta o rico nas costas do sol
Nem o pobre na barriga da fome,
Pra terra, todos se vão
E em pó todos se transformarão.


Tiago Ngana Chimbassi

21/06/2019

LADRÕES DOS GABINETES



No ventar da democracia,
Se empossa dona corrupção
Nos palácios institucionais,
Que alojam impunes ladrões..

Encapuçados de voto
Adentram-se na casa conjunta,
Fazem refém o suor do povo
E escondem-se na impunidade.

Fica desolado o povo,
Chora o voto cedido com alma
Na certeza que escolhe salvadores,
Que se tornaram em ladrões dos gabinetes.

Fardados de imunidade teada pelo povo,
Saltitam de cofre em cofre,
Indiferentes ao banho de lágrimas
Que o povo verte em cada remodelação
Ou sucessão sucessiva dos políticos corruptos.


Tiago Ngana Chimbassi

15/06/2019

QUERIA SER POETA...



Queria ser poeta
Que rime pela verdade,
Que cante a indiferença
E lute versando
Pelo bem das nações.

Queria ser poeta
Que plante a verdade
Nas palavras,
Que vive de emoções
Na aflição
E chore a dor dos outros.

Queria ser poeta
Do povo,
Do injustiçado,
Dos oprimidos,
Dos enfermos.

Queria ser poeta
Que proteja crianças
Com rimas da verdade,
Que olhe e diga não
À violência.

Queria ser poeta
Que olhe com olhos de poeta,
O luzir da paz e amor
Nos lares dos inquilinos do mundo.

Tiago Ngana Chimbassi

10/06/2019

COM PALAVRAS SE CONQUISTA A ALMA



Palavras são como a chuva que cai,
As vezes ferem,
Se os homens assim preferirem,
Escondendo em cada sílaba, um ai

Palavras são como as correntes,
Que prendem todas as almas
Dos que se deixam levar pelas correntes
Das lavas advindas das infernais chamas

Palavras são tão inocentes
E são tão impertinentes,
Se forem proferidas por anjo
Ou por alma perdida sem arranjo

Com palavras se conquista a alma,
Com palavras se constrói a arma,
Que átona maligna face da crueldade,
E adia a preciosa presença da felicidade

Tiago Ngana Chimbassi

04/06/2019

O HOMEM FAZ DA ALMA UMA MURALHA DE FERRO


Sabe o homem que a guerra não abona?
Duvido,
As armas o homem fabrica
O ódio o homem aguça
A justiça o homem corrompe
E nunca aceita a verdade da sua insânia.

Sabe o homem que a paz é precisa?
Continuo a duvidar,
Onde amizade houver, leva rancor
Onde prevalecer concórdia, leva discórdia
Onde houver abundância, semeia a fome
E nunca desfarda a sua imunidade corrupta.

Sabe o homem que é preciso amar?
Divido ainda mais,
Tantas lágrimas vertidas
Tantos lares desfeitos
Tantas crianças sem mães
E o homem não reconhece o mal da violência.

Sabe o homem que a indiferença mata?
Duvido ainda mais e mais
Tantas mãos andam por aí estendidas ao vento
Tantas barriguinhas se desconectaram da fartura
Tantos dormitórios ao relento na nossa praça
E o homem faz da alma uma muralha de ferro.

Tiago Ngana Chimbassi

O SILÊNCIO DA MINHA MENTE REFLETIVA