24/11/2019

EVOLAÇÃO DAS CRIPTAS





Noite escura. Ventos fortes.
Mortalhas cruzam os céus
E, do alto da árvore, sinistro...
Os corvos piam famintos!

Momento arrepiante se faz
E o medo se instala sem dó...
Vultos alucinogénios correm
Sobre os cadáveres sem leito.

Tremendo, a Lua se esconde
Dentre as insensatas nuvens
Que espalham pânico e dor
Em sua negritude metafísica.

Sombras dos umbrais cantam
O verdor luxuriante do pavor
E convidam os mortos-vivos
A saborearem o sangue fresco

Das carnificinas já apodrecidas
Dentre os inorgânicos fósseis
Que dormem à luz das covas
Abertas à visitação dos abutres.

Um orvalho negro que escorre
Diante dum manjar gangrenado,
É néctar da ignomínia que exala
Da morte tétrica e pustulenta.

Bacanais dos olfactos hediondos
Que rondam da Terra macabra
As fúnebres emanações do palor
Que atraem alicerces de loucura!





20/11/2019

POESIA É MEU CABAZ DE FELICIDADE





Quem ama,
Conhece as delícias do amor,
São como as pétalas duma flor,
Que amansa a alma.

Que ama de verdade,
Tem coração santo
Que reflecte encantos
Em olhos prenhes de felicidade.

Quem ama de verdade,
Tem coração aberto ao mundo,
Digo isso e nada mudo,
Pois, só sei doar felicidade.

Poesia é meu cabaz de felicidade,
Amor, seu veículo
E a paixão é o vínculo
Que me liga aos homens e a humanidade.

Tiago Ngana Chimbassi

11/11/2019

TE QUERO COMO O MAR QUER A LUA





Minha rosa-flor,
Pelos atalhos do teu coração,
Vou semeando paixão,
E esperar, esperar pelo florir do teu amor.

No auge primaveril, regá-lo-ei dia e noite
Com cântaros do querer,
Que o farão crescer
Em meu peito arfante.

Minha rosa-flor! Te quero como o mar quer a lua,
Que o guia pelos polos
E solos,
Onde colho pegadas tuas.

Pegadas repisadas por mim,
Em busca do teu amor,
Que um dia, vira nas pétalas duma flor,
Que beija-flor beijava sem fim.

Nos beiços e beijos do beija-flor,
Resgatei teus beijos
Que completaram meus desejos,
N’árdua busca do teu amor.

Minha rosa-flor,
Trepei todos os montes,
Bebi água de todas as fontes.

Tiago Ngana Chimbassi




O SILÊNCIO DA MINHA MENTE REFLETIVA